março 03, 2011

faltas-me tu



(de April Gornik storm of sea)
 

falta sol na minha varanda
falta também a varanda
faltas-me tu

partiste sem dizer nada
de madrugada
e do lado de cá
fiquei eu
questionando estrelas
indagando luas
agora tuas

e a vida adiante
sempre
as estrelas oscilando mudas
as luas desabando nuas
nas minhas ruas

em ritmo de espera
conto
reconto
o tempo na tua ausência
e deslizo
fundo
nas franjas líquidas das saudades

porque
falta sol na minha varanda
falta também a varanda
faltas-me tu
mãe


(maria)

4 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

Faço minhas, Maria, todas as suas palavras. Também a minha Mãe me falta. E o meu Pai. E com eles a minha Vida.

beijo fraterno e solidário

Anónimo disse...

Cheguei, ví e gostei.
Fazendo minhas, as palavras do "Lobinho" que as fez da Maria...bem... Espero que não me venham cobrar direitos de autor... Faltas-me tu, faltam-me eles, faltam-me todos os que não estão comigo, mesmo até os presentes... e por falar em presentes, este teu luar é cá um presente... beijinhos
Dulcineia

Mel de Carvalho disse...

Maria,
são sentimentos que partilho. Não sei do colo de pai ou mãe, que fizeram há muito a caminhada... resta a estrada que nos indicaram e a certeza de que, ainda que não palpáveis, são presença em nossas vidas. Para sempre.

Bem-haja pelo poema.
Beijo
Mel

Luísa Vaz Tavares disse...

Há faltas que nunca se superam, não é? Felizmente esta não a sinto e não a queria sentir nunca mas não depende da nossa vontade...
Lindo poema!

Tens um desafiozito no meu blog:)

Beijinhos