outubro 14, 2010

vem

como o vento solto à desfilada
como a ousadia
súbita do trovão
em tarde sôfrega de Verão

Traz-me o teu sabor
o teu odor
Traz-me os teus braços
em abraços
a tua pele ondulada
mapeada

Traz-me o teu desejo
os meus sentidos
navega no meu ventre feito rio
vem calar com um beijo
um grito sem abrigo

Traz-te todo
Traz-nos a nós
sem aviso

Perdido o rumo
loucos
desprotegidos
mentimos tudo o que for preciso
esquecemo-nos os dois no improviso

(maria)
 
 
  (Imag. Jean- Louis Blanc)                         

1 comentário:

Mel de Carvalho disse...

Maria, voltei para a ler (agora sim, acho que já li tudo o que aqui nos deixou).
Saio grata e muito agradada. Da prosa à poesia, um fino recorte.

Fraterno abraço
Mel